quarta-feira, janeiro 04, 2006

O SAPATO FURADO

VIVA SAPATO!
Idem. Brasil,2004. De: Luiz Carlos Lacerda. Com: Jorge Sanz, Laura Ramos, Irene Ravache, Ney Latorraca, Vladimir Cruz. Paula Burlamaqui, Maria Galiana, Caio Junqueira, Maitê Proença, José Wilker, Isadora Ribeiro, Marcelo Antony, Lea Garcia, Ângela Vieira, Paulo César Grande, Buza Ferraz. C/OP-14.
94 MIN. Assistido em 02/01 em DVD
Sinopse
Dolores (Laura Ramos) é uma bela dançarina cubana que decide abandonar seu casamento desastroso para abrir um restaurante à beira-mar, em parceria com a tia (Irene Ravache) que mora no Brasil. Precisando de dinheiro para concluir as obras do restaurante, Dolores fica furiosa ao receber como presente da tia um par de sapatos de dança em vez da ajuda financeira prometida. Sem dinheiro, vende os sapatos por alguns trocados. Todos os seus planos parecem ter ido por água abaixo, até que ela descobre que o dinheiro estava escondido nos grandes saltos dos sapatos.
Comentário
Realmente o diretor tem muitos amigos, e só essa conclusão é capaz de justificar a presença e as participações especiais de pessoas ilustres como o diretor Nelson Pereira dos Santos e o ator José Wilker,num papel pequeno e medíocre, nesta bomba chamada Viva Sapato!. Luiz Carlos Lacerda ou Bigode como muitos o chamam, circula pelo meio cinematográfico há muitos anos. Na década de 60 foi amigo inseparável da diva Leila Diniz e com ela rodou seu primeiro longa Mãos Vazias. Foi promovendo este filme num festival australiano, que o avião que levava atriz caiu e encerrou prematuramente a sua carreira. Depois de superado o trauma, Bigode dirigiu dois filmes obscuros e pouco vistos: Como era Freak o Meu Vale (1972) e Princípio do Prazer (1979); e participou da produção de vários filmes de outros diretores. Voltou triunfante em 1987 com a cinebiografia da inesquecível amiga. O filme Leila Diniz conta com uma exuberante interpretação de Louise Cardoso e ganhou inúmeros prêmios nacionais. Infelizmente, anos depois ele cometeu o infeliz For All- o Trampolin da Vitória, sobre a criação de uma base norte americana durante a Segunda Guerra no estado do Rio Grande do Norte e as conseqüência sociais dos costumes estrangeiros sobre a população local. A insistência de tornar o filme uma chanchada como as da Atlântida, criou um verdadeiro samba-do-crioulo-doido com vários personagens perdidos e subaproveitados. Por fim, ao vermos este Viva Saparto!, toda a credibilidade do diretor vem a baixo. História sem pé nem cabeça, personagens deslocados, cenas de sexo forçadas e uma suspeitável tendência de mostrar Cuba coma a última maravilha mundial. A pobreza e as dificuldades da população local não é evidenciada, e uma personagem brasileira vai buscar a glória e o dinheiro abrindo um restaurante em Cuba(!). Bigode devia pegar carona e filmar por aquelas praias, assim nos pouparia de obras como esta.

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